quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Maratonas pelo Mundo I

Quero ser 'maraturista'
Brasileiros, que já viajam para correr maratonas, começam a cruzar fronteiras em busca de provas mais desafiadoras, de até 90 km, em países como a África do Sul; confira 33 pacotes e calendário com 25 corridas ao redor do mundo
GUSTAVO SIMONDE SÃO PAULO
Em 3h42 o administrador Celso Ribas, 61, foi e voltou de leste a oeste em Paris: desceu a avenida Champs- Elysées, passou pelo museu do Louvre, cruzou o bosque de Vincennes, margeou o rio Sena, viu a torre Eiffel, entrou no bosque de Boulogne e retornou ao Arco do Triunfo.

Não a bordo de um ônibus de city tour, mas correndo.
Ribas é só um dos milhares de brasileiros que empreendem viagens para disputar grandes corridas de rua. Só da maratona de Paris, neste ano, participaram 497 brasileiros. Na de Amsterdã, 632 --há cinco anos, eram 90.
Na prova Paris-Versailles, de 16 km (um a mais que a São Silvestre), só não há mais brasileiros do que franceses; os 307 corredores do país neste ano (59 em 2010) formaram um grupo maior até que o de belgas, vizinhos da França.
"Quem corre uma maratona, especialmente pela primeira vez, quer uma prova de trajeto plano, com temperatura amena e estrutura confiável --o que poucas provas no Brasil têm", diz Marcos Paulo Reis, dono da assessoria esportiva MPR, uma das principais de corrida.
Por isso, a maratona de Chicago, uma das mais planas, viu o número de brasileiros subir de 291 em 2009 para 567 neste ano; em Berlim, passamos de 414 para 600 no mesmo período.
Mas não são apenas provas de rua que têm visto um aumento do verde e amarelo em suas fileiras de participantes.
"Com o amadurecimento das corridas, em que o desafio move as pessoas, outras modalidades também têm atraído atletas --aquelas em que o tempo importa menos", diz Mário Sérgio Silva, da assessoria esportiva Run&Fun.
São corridas que cruzam montanhas, feitas sob temperaturas próximas a 0°C ou que se estendem por 90 km.
Duas provas disputadas no frio da Patagônia argentina exemplificam isso.
Na Patagonia Run, não havia brasileiros na primeira edição, em 2010; neste ano, eram 589 --número inferior apenas ao de argentinos; a Meia Maratona do Glaciar, em El Calafate, viu o volume de brasileiros mais do que dobrar entre 2012 e 2013: de 42 para mais de cem pessoas.
A Two Oceans, misto de corrida de aventura, meia maratona (21 km) e ultramaratona (56 km) na África do Sul, viu a presença de brasileiros crescer de um, em 2005, para 195 neste ano. No mesmo país, a ultramaratona Comrades, de 89 km, teve 44 brasileiros na disputa há cinco anos; em 2013, foram 132.
Fonte: Folha, 12.12.13.

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